Uma bênção para Portugal

Francisco Sarsfield Cabral
RR online 14 Dez, 2015

Talvez o quase meio século de ditadura nacionalista e conservadora, a que o 25 de Abril pôs fim, explique, pelo menos em parte, não ser Portugal terreno propício a populismos de direita
Os resultados eleitorais da Frente Nacional em França ficaram aquém das expectativas de Marine Le Pen. Aliás, Tony Barber escreveu há dias no Financial Times que os partidos populistas na Europa atingiram já o tecto de crescimento. E há alguns deles em recuo.
É o caso do UKIP, na Grã-Bretanha, e do partido germânico anti-euro Alternativa para a Alemanha. Em Espanha, o Podemos chegou a ter 28% nas sondagens, mas está em 16% depois da reviravolta do grego Syriza, cujo governo aceita agora um duro programa de austeridade.
O artigo não fala de Portugal. Mas o nosso país distingue-se por não ter nenhum partido populista anti-UE e anti-imigrantes com peso eleitoral. Existe à direita o PNR ( Partido Nacional Renovador), mas sua implantação é escassa; e à esquerda o PCP e o Bloco não gostam da integração europeia nem do euro, mas não hostilizam os imigrantes.
Talvez o quase meio século de ditadura nacionalista e conservadora, a que o 25 de Abril pôs fim, explique, pelo menos em parte, não ser Portugal terreno propício a populismos de direita. É uma bênção que devemos valorizar.

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